Obrigado por chegar ao nosso último artigo e à mudança de paradigma final. No artigo anterior, observamos quantos erros são causados todos os dias por pressa, frustração, cansaço e complacência. Geralmente, o que ocorre é uma combinação desses estados, com a complacência liderando ou atuando em segundo plano.
Também vimos como os quatro estados, ou uma combinação deles, podem causar problemas na tomada de decisões. Por exemplo: suponhamos que um trabalho ou uma grande entrega esteja em atraso. As pessoas estão correndo ou indo mais rápido do que normalmente iriam. Como resultado, fica muito tentador ignorar ou contornar alguns dispositivos, procedimentos ou protocolos de segurança que tomam tempo – como fazer uma avaliação de riscos, por exemplo.
Sim, as pessoas poderiam ativar seus gatilhos mentais durante a pressa, voltar ao momento e compreender que as suas decisões estão sendo comprometidas. Mas por que estavam com pressa? Isso nos leva à nossa última mudança de paradigma.
Por que todos nós nos apressamos? Lembre-se, isso é simplesmente “ir mais rápido do que o normal”. Não precisa ser por muito tempo; pode ser um movimento rápido, sem olhar. E também não precisa estar em uma velocidade recorde; simplesmente é ir mais rápido do que você costuma ir. Isso acontece com todos nós, todos os dias, com poucas exceções.
No entanto, quando você pergunta:
“O que faz com que a maioria das pessoas se apresse?”
Quase todo mundo responde:
“Um mau planejamento”.
Alguma vez você já planejou se apressar? É improvável, pois além de desagradável é estressante. Poucas pessoas dizem: “Vamos ficar aqui e tomar outro café”. Assim, quando chegarem ao aeroporto, poderão pedir a todos que estão na fila para que as deixem passar. Poderão correr pelos corredores, com suas roupas executivas, arrastando as malas de rodinhas para que possam entrar no avião a tempo de sentar e dizer: “Sim, exatamente como planejamos!” Mas, se uma delas perceber que esqueceu o laptop na metade do caminho ao aeroporto e precisar voltar para casa ou ao escritório para pegá-lo, aí sim, se apressará!
Agora ela estará suplicando a todos na fila para passar pela segurança, correndo pelos corredores, arrastando sua mala de rodinhas, sentando-se em seu lugar, ensopada de suor. E isso não é diferente para o soldador que sai para o trabalho e percebe que esqueceu de trazer as hastes de solda ou as ferramentas certas, e que precisa voltar à oficina de manutenção para buscar.
Se todo mundo está esperando e a fila não estiver pequena, a motivação pessoal para se apressar será extremamente alta. Essa pressa poderia facilmente causar mais erros de desempenho, ou pior, um erro que causa lesões, como a perda de equilíbrio, tração ou firmeza, ao descer as escadas ou ao virar uma esquina.
O ponto é: nem tudo é mau planejamento. Uma vez que não planejamos correr, já que é algo estressante, significa que algo inesperado aconteceu. Para colocar em perspectiva, existem basicamente três motivos pelos quais as pessoas se apressam (Figura 1).
- Elas mesmas fazem algo que as deixa apressadas (erro de desempenho ou mau planejamento);
- Alguém faz algo que as deixa apressadas (erro de desempenho ou mau planejamento);
- O ambiente faz algo que as deixa apressadas (engarrafamento, problemas no equipamento).
- Energia perigosa ou energia cinética;
- As três fontes de eventos inesperados;
- Por que as coisas mais perigosas não são as que causam as piores lesões;
- Erros críticos e momentos de vulnerabilidade;
- A neurociência por trás da complacência;
- Como os quatro estados podem comprometer a tomada de decisões;
- Considerar os erros cometidos quando você estava aprendendo.