Etex é um grupo belga com mais de um século de trajetória e está presente em 42 países. Atualmente, conta com três centros de inovação e 107 fábricas ao redor do mundo, empregando aproximadamente quinze mil pessoas. Na América Latina, está presente em cinco países: Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Peru, com aproximadamente 2.500 colaboradores. A identidade da Etex baseia-se em alguns aspectos da sua história e conduta: as raízes belgas, a presença global, a sólida estrutura financeira e o espírito empreendedor compartilhado por todos os seus colaboradores.
Na América Latina, está presente em cinco países: Argentina, Brasil, Colômbia, Chile e Peru, com aproximadamente 2.500 colaboradores. A identidade da Etex baseia-se em alguns aspectos da sua história e conduta: as raízes belgas, a presença global, a sólida estrutura financeira e o espírito empreendedor compartilhado por todos os seus colaboradores.
Desafios
Um dos principais desafios do grupo Etex, especialmente na América Latina, era mudar o modelo tradicional de segurança que vinha sendo adotado há muitos anos, cujo foco estava totalmente voltado para o uso dos equipamentos de proteção individual e o cumprimento das normas e procedimentos.
Um pouco de história
No ano de 2005, o grupo Etex LATAM apresentava índice 65 de frequência de acidentes com o afastamento por milhão de horas-homem. Nessa época, o foco da empresa visava principalmente a saúde de seus funcionários.
Em 2011, o grupo Etex comprou as operações de gesso da fabricante francesa Lafarge na Europa e na América do Sul, herdando um sistema de segurança mais robusto e com uma melhor estrutura, o que ajudou a reduzir os índices de acidentes a nível regional. Já em 2013, com as ferramentas de gestão da segurança implementadas, a empresa atinge uma redução significativa nos indicadores de acidentes, proporcionando um bom nível de segurança nas operações. No entanto, a Etex notou que existia um potencial de redução ainda mais amplo, e que havia uma oportunidade de melhorar o comportamento de seus colaboradores com o objetivo de continuar evoluindo na gestão da segurança. A estratégia foi utilizar um programa com um foco único no conceito de percepção de riscos.
O programa SafeStart permite, em primeiro lugar, reconhecer a importância do fator humano nas atividades e na forma como as pessoas assumem os riscos. O fator humano é a última e a mais poderosa defesa diante de qualquer perigo”.
Alejandro Jaramillo, Gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente | América Latina
Nesta época, o grupo passou por mudanças organizacionais significativas, reestruturação de valores institucionais, unificação de critérios a níveis regional e global, e o SafeStart se ajustou perfeitamente ao momento e às necessidades da empresa, pois a proposta do programa apresentou uma linguagem muito simples, com a finalidade de orientar os colaboradores sobre as atitudes seguras, não apenas no ambiente de trabalho, mas também fora dele, envolvendo a família. E, o mais importante, é um programa que considera o compromisso dos líderes como a peça-chave para o sucesso.
O que mais nos chamou a atenção no SafeStart foi o componente humano do programa, pois não estávamos trabalhando isso em nenhuma área na Etex”.
Alejandro Jaramillo, Gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente | América Latina
Implementação do SafeStart
Com a reestruturação do grupo e a unificação dos critérios de segurança nos países onde a Etex atua, em 2013 teve início a implementação do SafeStart como programa de segurança.
A implementação passou por duas fases. Na primeira, deu-se início aos treinamentos para os multiplicadores internos que levariam adiante o programa dentro da empresa. Essas sessões, chamadas de Train the Trainer, começaram de forma paralela em toda a região, tendo como países pioneiros a Argentina, o Brasil e a Colômbia, e integrando o Chile e o Peru em seguida.
Na segunda fase, a Etex incorporou o SafeStart como ferramenta global, envolvendo de forma mais ativa não só o pessoal da área de segurança, mas também todas as áreas da empresa. Com esse impulsionamento partindo da direção global, SafeStart se tornou o protagonista para a mudança de cultura na organização e obteve ainda mais força em todos os países da região.
Mudança de cultura na segurança
Até 2019, dois mil colaboradores receberam o treinamento SafeStart nos cinco países latinoamericanos em que a Etex está presente.
Diversas mudanças foram observadas nos profissionais. Hoje em dia, a segurança é analisada a partir de uma outra perspectiva, e isso foi muito perceptível a partir do momento em que os colaboradores começaram a ter mais atenção e a notificar os riscos existentes em suas áreas de trabalho.
Neste sentido, o SafeStart possibilitou vincular o cumprimento das normas e a segurança ao Fator Humano, o que fortalece o compromisso de cada colaborador e consolida uma nova forma de pensar na segurança. Da mesma forma, os colaboradores agora estão mais atentos às suas rotinas e sabem como identificar os riscos existentes.
Começamos a mensurar as atividades muito além do habitual”.
Alejandro Jaramillo, Gerente de Segurança, Saúde e Meio Ambiente | América Latina
Inovação nos indicadores
Os gestores de segurança da Etex perceberam a necessidade de incluir novos indicadores às análises de segurança, incorporando os conceitos do SafeStart para mensurar os processos de forma mais efetiva e acompanhar a evolução da execução do programa.
Um dos indicadores que mais se destaca é o Safety Intensity, que tem como objetivo manter o “SafeStart Ativo”, formando parte dos indicadores-chave de performance (KPI’s) do grupo. Resumidamente, este item é composto pelos seguintes indicadores: Diálogos de Segurança (DDS) + Quase Acidentes + Engajamento em Segurança.
A ideia principal deste indicador é medir as atividades muito além do habitual, incorporando metas para os líderes. Por exemplo: Um colaborador deveria ter no mínimo uma intervenção mensal em segurança referente a qualquer um dos três indicadores mencionados anteriormente. Esta exigência tem como objetivo manter todos os colaboradores atentos e comprometidos em contribuir de forma ativa em termos de segurança, mantendo os olhos e a mente na tarefa.
Resultados
Os resultados obtidos até o momento têm sido muito satisfatórios para a área de segurança e para a empresa como um todo. Hoje em dia é perceptível como as pessoas incorporaram a filosofia SafeStart não apenas dentro da empresa, mas também no dia a dia em suas casas.
A organização dos comitês de segurança obteve sucesso não apenas a nível regional, mas também a nível nacional, e pode-se observar o compromisso dos participantes em realmente trabalhar para que a segurança de todos seja a prioridade número um. Atualmente, a percepção do risco por parte dos colaboradores promove uma mudança de comportamento importante. Situações que antes eram consideradas com um grau de periculosidade inofensivo, hoje são observadas com o mesmo grau de importância que uma situação mais perigosa.
O hábito de contar histórias foi incorporado entre os colaboradores, seguindo uma das diretrizes do SafeStart, que propõe reflexões sobre como uma determinada situação poderia ter sido pior e de como poderia ter sido solucionada, o que incentiva o intercâmbio de conceitos, e, ao mesmo tempo, permite que se fale sobre a segurança todos os dias.
Da mesma forma, os colaboradores se mostraram muito comprometidos na produção de vídeos caseiros onde contam suas próprias histórias, o que ajuda a fomentar a metodologia SafeStart de educação com base no protagonismo e no compromisso das pessoas, não apenas dentro da empresa, mas também fora dela. Até o momento, foram produzidos 86 vídeos de forma espontânea por parte dos trabalhadores. Um dos mais vistos foi o da “Champeta SafeStart”, produzido na sucursal de Cartagena, na Colômbia.
Não há crescimento nem rentabilidade se não tivermos a segurança como prioridade”.
Cristian Montes, Chefe de EBP | América Latina